A Câmara de Anadia anunciou hoje que aprovou, por maioria, a proposta de orçamento municipal para 2025 que ascende a 42 milhões de euros (ME), quase mais 6 ME do que no ano anterior.
A proposta de orçamento municipal para 2025 foi discutida em reunião extraordinária na quarta-feira e contou com os votos a favor da maioria eleita pelo Movimento Independente Anadia Primeiro (MIAP) e os votos contra do PSD e do PS.
Numa nota de imprensa enviada à agência Lusa, é indicado que habitação (17%), ensino não superior (11%), serviços auxiliares de ensino (8%), transportes rodoviários (8%), ordenamento do território (7%), resíduos sólidos (7%), abastecimento de água (6%) e Indústria e Energia (5%) são as rubricas que absorvem as maiores verbas do orçamento.
Segundo a presidente da Câmara de Anadia (distrito de Aveiro), Teresa Cardoso, 2025 vai ser um ano de conclusão de algumas obras importantes, mas também o início de outros investimentos “necessários e de vital importância para o desenvolvimento do concelho”.
“A estratégia apresentada assenta na continuidade, com o conforto de conclusão de investimentos, mas é também de ambição renovada pela oportunidade de continuar a gerar desenvolvimento e contribuir para o progresso em diversas áreas de bem-estar e melhoria de qualidade de vida da população”, acrescentou.
Na área da educação, destacam-se investimentos associados à requalificação da EB 2/3 de Vilarinho do Bairro e a ampliação do Centro Escolar de Tamengos.
Na habitação, prevê-se a conclusão da construção de 16 fogos, em Ancas, e de 21 fogos, em Sangalhos, no âmbito da Estratégia Local de Habitação, que irá permitir o arrendamento apoiado e acessível, bem como o início da requalificação da Casa dos Castilhos, em Aguim, para alojamento temporário.
Destaque ainda para a conclusão da construção da Área de Acolhimento Empresarial de Vale do Salgueiro (Alféloas), ampliação da existente em Amoreira da Gândara, para além da construção do Centro de Recolha de Resíduos – Ecocentro.
A proposta de Orçamento Municipal e Grandes Opções do Plano para 2025 mereceu o voto contra dos dois vereadores do PSD – João Nogueira de Almeida e Jorge São José -, porque “não reflete as prioridades políticas e económicas para o mandato 2021-2025 expressas no seu programa de governo municipal”.
Na declaração de voto, enviada à Lusa, explicam que a eventual admissibilidade de um voto favorável ou de abstenção “só seria concebível se porventura estivesse em causa a governabilidade da Câmara Municipal de Anadia, o que não é, de todo, o caso”.
“O voto contra do PSD aos documentos previsionais não prejudica a possibilidade de este votar favoravelmente as propostas avulsas que ao longo do tempo forem sendo apresentadas pelo executivo MIAP a esta Câmara”, lê-se ainda.
Já o vereador socialista André Henriques considerou que o orçamento de 2025 encerra um ciclo político e não traz mudanças de políticas, daí o voto contra.
Na sua declaração de voto, o autarca destacou os investimentos que o município faz “na sua obrigação básica” de aproveitar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no entanto, criticou o facto de não se registarem investimentos em habitação com orçamento próprio.
André Henriques explanou também as muitas reservas que tem em relação ao orçamento para 2025, em áreas como a ação social, cultura, desporto, educação ou água e saneamento, assinalando ainda que o orçamento tem um acréscimo de mais de 1,1 ME, que revela “um abandono do ordenamento do território durante os três primeiros anos de mandato, que culminam com todo o tipo de obras em ano eleitoral”.
“Há uma concentração excessiva destes investimentos na cidade, no centro do concelho, que absorvem mais de metade da verba total de 1,8 ME, o que é caso para dizer que há mais concelho para lá da cidade”, concluiu.
Os documentos provisionais vão ser votados em sessão da Assembleia Municipal de Anadia, em que o MIAP está em maioria, em data não precisada.
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