Leiria

Câmara da Marinha Grande diz confiar no compromisso assumido na alta velocidade

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O presidente do Município da Marinha Grande, Aurélio Ferreira, disse hoje confiar no compromisso assumido para a linha ferroviária de alta velocidade (LAV), que tem uma estação projetada para a Barosa, Leiria, próxima do concelho.

“Confiamos no bom senso e no compromisso assumido, para que não sejamos um território isolado, eternamente adiado”, lê-se numa tomada de posição de Aurélio Ferreira, eleito pelo movimento independente +MPM e recandidato a um segundo mandato nas autárquicas de 12 de outubro.

A tomada de posição surge após um estudo para um novo traçado da LAV entre o Porto e Lisboa, correspondente à ligação entre Soure e Carregado, ter sido apresentado, na semana passada, aos autarcas da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Médio Tejo.

O estudo defende a passagem da linha pela margem esquerda do Tejo, beneficiando diretamente localidades como Santarém, Almeirim, Ourém e Fátima, bem como várias cidades do Médio Tejo, entre as quais Entroncamento, Tomar e Abrantes, estendendo a ligação a Castelo Branco, Covilhã e Guarda.

A proposta prevê subestações intermédias de Leiria/Fátima e Santarém que respondem a dinâmicas regionais e turísticas, como o turismo religioso em Fátima, estimando captar parte dos cinco milhões de visitantes anuais, e o desenvolvimento industrial em áreas como Marinha Grande e Leiria.

O estudo foi desenvolvido pela GV Consultores de Engenharia em parceria com a ADFERSIT – Associação para o Desenvolvimento dos Transportes em Portugal e a Confederação Empresarial de Portugal (CIP). Esta última demarcou-se depois do documento.

“Depois de todo o trabalho desenvolvido e acordado, que definiu a estação da Barosa como ponto de paragem na ligação entre Soure e Carregado – precisamente localizada entre a Marinha Grande e Leiria –, não parece compreensível que voltemos atrás e continuemos a adiar eternamente este projeto estruturante para a região e para o país”, sustentou Aurélio Ferreira.

Para o autarca independente, “é sabido, e reconhecido no estudo de impacto ambiental, a importância económica da Marinha Grande, no contexto regional, nacional e internacional”.

“Diariamente recebemos trabalhadores vindos de Lisboa e do Porto, bem como clientes internacionais que chegam através dos principais aeroportos. Sabemos a importância de se poderem deslocar de comboio, pelo que não podemos continuar a adiar a modernização da ferrovia na Marinha Grande”, defendeu o presidente da Câmara, assinalando que “foi assim durante décadas com a Linha do Oeste”.

Segundo Aurélio Ferreira, “agora que está decidido que a LAV terá paragem na Barosa, é incompreensível voltar a abrir este debate”.

O município exigiu que “o Governo e todas as entidades responsáveis cumpram o comprometido (e estudado) e rejeitem liminarmente qualquer tentativa de reabrir o processo do traçado”.

Na semana passada, a CIM da Região de Leiria, de que faz parte a Marinha Grande, expressou “perplexidade e total oposição” à proposta alternativa para o traçado que retiraria da região a estação projetada para a Barosa.

“Esta proposta, desenvolvida por interesses económicos privados e com o patrocínio da CIP, embora legítima, não acrescenta qualquer valor ao processo em curso, antes introduzindo confusão e aleatoriedade num projeto nacional já sujeito a sucessivos atrasos”, salientou a CIM.

Também a Associação Empresarial da Região de Leiria/Câmara de Comércio e Indústria manifestou total oposição à eventual alteração do traçado da alta velocidade ferroviária e demarcou-se da CIP.

Para a associação empresarial, “a zona de Leiria/Oeste há décadas que sofre com a inexistência de uma linha férrea que verdadeiramente sirva, quer a dinâmica económica, quer a dinâmica demográfica desta região”, sendo que “a LAV da Região de Leiria e Oeste vem, justamente, repor anos de desinvestimento” neste transporte.

Notícias do Centro | Lusa

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