Milhares de fiéis compareceram hoje ao santuário de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, depois de as comemorações do ano passado terem sido bastante restringidas devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus.
A basílica da cidade de Aparecida do Norte, a 170 quilómetros de São Paulo, é um local de peregrinação para os católicos brasileiros que pretendem homenagear a sua padroeira. Nos anos anteriores, chegaram a congregar-se 170.000 fiéis no local.
Para hoje, as autoridades previam que ao longo do feriado nacional cerca de 30.000 pessoas visitassem o interior do santuário e participassem numa das 14 missas programadas.
Na missa principal, o arcebispo de Aparecida, Orlando Brandes, fez um apelo à construção de um país sem ódio, sem armas e sem corrupção, e pelo fomento do espírito de fraternidade.
“Para ser pátria amada não pode ser pátria armada”, disse o arcebispo, que também pediu para que se evite que “crianças inocentes” se tornem “crianças armadas”.
Os comentários surgiram alguns dias após o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, numa cerimónia oficial na cidade de Belo Horizonte, ter mostrado um menino de 6 anos vestido de militar com uma arma de brinquedo como exemplo de civilidade e patriotismo.
“As crianças precisam de outras ‘armas’. Da arma da oração, da obediência aos pais, da convivência dos irmãos, aprendendo em casa a ser bom cidadão e cristão”, afirmou o arcebispo na missa principal no Santuário Nacional de Aparecida.
Nas celebrações do ano passado no santuário, apenas mil fiéis puderam entrar, mas hoje 2.500 pessoas assistiram a cada missa, como parte das medidas que permitem ao Brasil retomar gradualmente o ritmo pré-pandemia, numa crise de saúde que já causou mais de 600 mil mortos.
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