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Basta de Touradas anuncia queixa após evento em Idanha-a-Nova usar nome da UNESCO

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A plataforma Basta de Touradas anunciou hoje que foi apresentada uma queixa à UNESCO na sequência da realização de uma tourada em Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, “em nome desta prestigiada instituição”.

Em comunicado, a Basta de Touradas, que integra a Associação Portuguesa para a Ética Animal (ANIETIC) e em nome da qual foi feita a denúncia para a sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla em inglês), em Paris, explicou que “foi promovida uma corrida de touros em Idanha-a-Nova com a designação ‘Corrida comemorativa do 10.º aniversário de Idanha-a-Nova Cidade Criativa da Música pela UNESCO’”, realizada em 16 de agosto.

“O cartaz do evento tauromáquico exibia os logótipos da UNESCO, da Câmara Municipal e da ‘UNESCO Member of Creative Cities Network’ e ‘Idanha-a-Nova, City of Music’”, adiantou a plataforma no comunicado, referindo que a Basta de Touradas pediu esclarecimentos à Comissão Nacional da organização internacional.

Ainda de acordo com o comunicado, a Comissão Nacional “pediu explicações à autarquia de Idanha-a-Nova” que, na resposta, terá referido que as touradas “fazem parte da identidade cultural do território”.

“No ano em que se assinala o 10.º aniversário da integração de Idanha-a-Nova na Rede de Cidades Criativas da UNESCO na área da Música, o promotor do evento entendeu associar esta efeméride à corrida, enquanto homenagem à Filarmónica [Idanhense]. Essa opção teve a anuência da autarquia, embora não tenha sido objeto da devida articulação formal com os serviços municipais, no que respeita à utilização dos logótipos”, reconheceu o município, de acordo com a plataforma.

A Basta de Touradas salientou que, após verificar que a tauromaquia não faz parte do programa “Cidades Criativas” nem do programa oficial de “Idanha-a-Nova – Cidade Criativa da Música”, enviou agora uma denúncia formal para a sede da UNESCO, “alertando para a utilização desta instituição na promoção de uma tourada, onde se incluem atos de violência e crueldade com animais”.

“(…) Para as organizações que se opõem às touradas em Portugal, é muito importante que os promotores de touradas não beneficiem da associação destes eventos brutais e sangrentos a instituições culturais de prestígio como a UNESCO”, destacou a plataforma, que quer que a organização internacional responsabilize a Câmara Municipal.

De acordo com a Basta de Touradas, a corrida de toiros, promovida por duas empresas tauromáquicas, teve o apoio da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, que terá investido 15.000 euros + IVA na compra de bilhetes.

Numa troca de correspondência à qual a Lusa teve hoje acesso, a ANIETIC remeteu em 14 de agosto a denúncia à Comissão Nacional da UNESCO, que pediu esclarecimentos no dia 22 seguinte à autarquia.

Três dias depois, a Comissão Nacional da UNESCO informou o presidente do município, Armindo Jacinto, que, após análise do cartaz, verificou-se que “o evento publicitado (tourada) não visa promover uma atividade ou parceria com uma relação direta com a implementação da declaração de missão e dos objetivos da Rede de Cidades Criativas da UNESCO”.

“O emblema não pode ser utilizado para fins comerciais, não sendo permitida a venda de bens e serviços com o emblema UNESCO”, acrescentou, pedindo ao autarca para que, futuramente, “as orientações para a utilização do emblema da Rede de Cidades Criativas da UNESCO sejam consideradas e cumpridas nos eventos que Idanha-a-Nova Cidade Criativa da Música pretenda organizar, promover ou apoiar”.

O coordenador da plataforma, Sérgio Caetano, disse que, face à resposta da Comissão Nacional, foi decidido enviar a denúncia para a sede da UNESCO, porque “não há responsabilização dos promotores” e uma “clara violação das regras do programa das Cidades Criativas”.

Notícias do Centro | Lusa

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