Luís Souto Miranda venceu domingo as eleições para a Câmara de Aveiro pela coligação PSD/CDS-PP/PPM, dizendo-se agora preparado para dar o seu melhor e estabelecer parcerias “com aqueles que estiverem do lado das boas soluções”.
Vencendo por 5,68%, o socialista Alberto Souto, que é seu irmão, o futuro presidente do município com cerca de 198 quilómetros quadrados e 62.700 habitantes, não conseguiu maioria absoluta e elegeu quatro elementos face a outros quatro do PS e um do Chega.
“Os entendimentos serão feitos na altura devida, tendo em conta o interesse dos aveirenses”, declarou Luís Souto Miranda na sua sede de campanha, entre mais de 100 militantes e apoiantes da sua candidatura. “Sempre dissemos que estávamos neste projeto não por interesse privado ou carreira individual, mas pela melhoria constante do bem-estar dos aveirenses e será sempre essa a nossa linha-mestra”, acrescentou.
Para o seu irmão, o vencedor deixou palavras específicas: “Deu o seu contributo como aveirense que é e deu o seu melhor, com uma perspetiva política que foi sempre distinta e até oposta da minha, mas esteve aqui também em nome do seu amor a Aveiro. As pessoas estranharam muito haver dois irmãos na contenda e isso só tem como razão: o facto de ambos gostarmos imenso de Aveiro”.
Eleito com 39,35% dos votos, num total de 15.240 boletins a seu favor, Luís Souto Miranda obteve um resultado abaixo do que a mesma coligação obtive nas autárquicas de 2021, quando a coligação PSD/CDS/PPM convenceu 51,26% dos votantes e obteve 17.549 votos, mas desvaloriza essa diminuição.
“Havia aqui fenómenos [políticos] novos que não se verificaram no passado e que nós enfrentámos, portanto o resultado é muito bom”, defende. “Sempre que há mudança de um ciclo longo e um líder carismático é natural que haja alguma quebra de força, não é uma surpresa, mas a vitória é muito clara e não deixa margem para dúvidas”, argumenta.
Quanto à atividade a desenvolver a partir da tomada de posse, Luís Souto Miranda recorda o espírito da sua campanha eleitoral – “muito alegre e bem-disposta, mas também séria nos princípios e na maneira de estar na política” – e propõe-se continuar no mesmo tom, dando continuidade ao trabalho desenvolvido nos últimos 12 anos pelas equipas do seu antecessor, Ribau Esteves.
“Estabelecemos desde o início que a nossa candidatura era de continuidade e inovação. Queremos continuidade em tudo aquilo que foi bom e que foi construído ao longos destes anos, porque não aceitávamos agora um ciclo de destruição, e queremos um ciclo de valorização, para andar para a frente com todos os projetos que já tinham grau de maturidade suficiente para isso”, afirma.
Natural de Aveiro, Luís Souto Miranda tem 61 anos, é licenciado em Biologia pela Universidade local, mestre em Genética Humana pela Universidade do Porto e doutorado em Ciências Biomédicas pela de Coimbra.
A título profissional, exerce as funções de professor de Bioética e Genética Forense na Universidade de Aveiro, sendo também presidente da Assembleia Municipal de Aveiro desde 2017, da assembleia-geral da ADERAV – Associação de Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro, e da Confraria dos Ovos Moles.
Nas autárquicas de 2021, a Câmara de Aveiro também foi ganha pelo PSD/CDS/PPM, com Ribau Esteves a aceder assim ao seu terceiro e último mandato na liderança do executivo. Nessa altura coligação ganhou com uma margem de 51,26%, num total de 17.549 votos, elegendo seis elementos para o executivo camarário, enquanto a coligação PS/PAN se ficou pelos 26% e 8901 votos, com o que obteve três vereadores. Este domingo, contudo, a prestação do PS, não-coligado, aumentou para 33,67% e 13.040 votos.
Nas eleições atuais, Luís Souto Miranda foi o cabeça de lista apresentado pela direção nacional do PSD, depois de essa estrutura ter rejeitado o nome de Rogério Carlos, que, enquanto vice-presidente da câmara, era o candidato inicialmente recomendado por Ribau Esteves.
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