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A assembleia Municipal da Guarda aprovou hoje, por unanimidade, uma moção contra o fim da distribuição da imprensa escrita no concelho.
A tomada de posição foi apresentada pela deputada do Partido Socialista (PS) Adelaide Campos, no período de antes da ordem do dia, na primeira sessão daquele órgão municipal desde as autárquicas de 12 de outubro.
A socialista começou por lembrar que a Vasp anunciou, recentemente, a possibilidade de interromper a distribuição regular de jornais e revistas em oito distritos do país, incluindo o da Guarda, a partir de janeiro de 2026, tendo justificado a decisão com a queda das vendas e o aumento dos custos operacionais.
A empresa admitiu, no entanto, que a decisão “ainda não é definitiva e que ainda decorrem conversações”.
Mas, para Adelaide Campos, “esta notícia é devastadora, porque priva a parte mais isolada, mais pobre e eventualmente menos desenvolvida do país de um instrumento que ainda hoje, e sobretudo hoje, nos faz estar em dia com o mundo, com a informação certificada, veiculada por profissionais que fazem da verdade e da sua divulgação a sua vida”.
A deputada do PS acrescentou que a notícia “é também devastadora porque nos empurra para as notícias falsas, para as verdades forjadas, para a contra informação que está a aniquilar o cérebro humano”.
A interrupção da distribuição de jornais no distrito da Guarda representa “um perigoso enfraquecimento da democracia e do direito à liberdade de expressão e informação, consagrado no artigo 37º da Constituição da República Portuguesa”, acrescentou.
No período de debate da moção, José Valbom, deputado do Nós, Cidadãos!, considerou que a moção do PS é “sobre a democracia, porque sem comunicação livre não há democracia. Não acredito que um Governo social-democrata, onde votei, deixe que eu fique sem jornais, porque, se não, terei que nunca mais votar nesta área”.
“É uma vergonha estarmos no dia 22 de dezembro e ainda estar isto em aberto. O Ministério da Cultura, um governo social-democrata, já devia ter resolvido isto. Vamos espernear com todos os nossos membros contra isto, porque só facto de ser possível equacioná-lo já é uma provocação ao interior”.
A moção manifesta “total discordância face à possibilidade de redução ou fim da distribuição regular da imprensa no concelho e distrito da Guarda”.
A Assembleia Municipal da Guarda insta ainda o Governo a intervir, “com urgência, adotando medidas concretas que garantam a continuidade da distribuição de imprensa nestes territórios, nomeadamente através de soluções de apoio à distribuição, compensação de custos ou outros mecanismos adequados e eficazes”.
Apela, também, ao Governo que promova “um diálogo efetivo” entre a tutela, a distribuidora Vasp, editores, as autarquias locais e entidades representativas da comunicação social para encontrar soluções sustentáveis que salvaguardem o interesse público e o acesso à informação.
A moção vai ser enviada ao Governo, Assembleia da República (a Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto), Entidade Reguladora para a Comunicação Social, ANMP e órgãos de comunicação social.
Ainda durante o período de antes da ordem do dia, a Assembleia Municipal da Guarda aprovou, por maioria, com 66 votos a favor e 16 abstenções, uma moção dos presidentes das juntas de Freguesia da Castanheira, Porto da Carne, Rochoso e Monte Margarida e Vila Fernando a exigir à Unidade Local de Saúde da Guarda a reabertura dos seus postos de saúde.
Unanimidade mereceram dois votos de louvor, apresentados pelo PS, ao Instituto Politécnico da Guarda pelo seu primeiro doutoramento e aos profissionais do Departamento de Saúde da Criança e da Mulher, do Hospital Sousa Martins, pelo “trabalho de reconhecida excelência desenvolvido nas áreas da saúde infantil e materna”.
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