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Arouca: Funcionária de escola em protesto no portão contra erros de colocação

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Uma assistente operacional da Escola Secundária de Arouca está a cumprir o horário laboral no exterior do edifício, em protesto contra o que diz serem “erros e injustiças” burocráticos para atribuir o seu emprego a “cunhas e conhecimentos”.

Judite Gonçalves começou a trabalhar nesse estabelecimento de ensino do distrito de Aveiro em 2008 e no ano seguinte devia ter integrado definitivamente o quadro de pessoal dessa escola, mas disse hoje à Lusa que, devido a sucessivos “atrasos e falhas por parte dos serviços administrativos”, só no passado mês de julho percebeu que ainda estava em regime de mobilidade.

Descobriu o problema quando lhe comunicaram que teria que passar a exercer funções na Escola Básica de Escariz – localidade a 15 quilómetros da sua residência e à qual diz não poder aceder a pé, por não conduzir nem dispor de transportes públicos adequados.

“Como nem a direção da escola nem a DGEstE [Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares] resolveram ainda o problema, estou desde dia 01 de setembro a cumprir o meu horário laboral no portão da Secundária de Arouca, sete horas por dia, das 08:30 às 12:30 e das 14:30 às 17:30”, afirma a funcionária de 59 anos que é assistente operacional desde 1987.

Judite Gonçalves atribui a situação a sucessivos erros escolares e traça uma cronologia sintetizada da situação. “Primeiro, não me meteram no quadro da Secundária em 2009, como estava acordado antes. Depois, passados três anos, perceberam que tinha havido um erro e a solução foi obrigarem-me a pedir anualmente a prorrogação da mobilidade, o que só arrastou mais a coisa”, começa por explicar.

Entretanto, o problema agravou-se neste verão: “Vieram dizer-me que tinha que ir trabalhar para Escariz, porque lá havia falta de pessoal, enquanto na Secundária o rácio já tinha gente a mais. Mas na DGEstE disseram-me que já não faltava nenhum funcionário em Escariz e, afinal, na Secundária também houve concurso há umas semanas para se contratar mais gente”.

Mesmo reconhecendo que a DGEstE se disponibilizou para resolver o problema, mas só na condição de a funcionária prescindir das férias que já tinha marcado há meses, ao que essa se recusou, Judite Gonçalves reclama: “Então a escola põe-se a fazer concurso para outros quando tinha o dever de me meter a mim, que estou à espera há anos e ando sempre a ser prejudicada a nível profissional e também físico e até psicológico?”.

É por essas questões que a assistente operacional afirma: “Estão a prejudicar-me a mim para darem o meu lugar a outros, para meterem na escola as cunhas e conhecimentos que lhes interessam”.

A Lusa tentou ouvir a direção da Escola Secundária de Arouca, mas essa não esteve disponível para esclarecimentos. Também tentou ouvir a delegação do Norte da DGESTE, mas tal não foi possível até ao momento.

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