O Município de Arouca conta com uma nova ferramenta digital que permite a consulta – universal e gratuita – ao arquivo histórico da Câmara Municipal e a jornais locais publicados entre 1905 e 1974.
A apresentação pública do Arquivo Digital decorreu no dia 27, nos edifício dos Paços do Concelho, onde estão expostos alguns materiais representativos do processo de produção gráfica da imprensa escrita.
O impulso significativo para a abertura do arquivo de periódicos locais ao mundo digital foi possível graças à cooperação entre a autarquia local e a Associação para a Defesa do Património Arouquense, proprietária do espólio, no âmbito de um protocolo de colaboração assinado em fevereiro de 2020.
O acordo previa a cedência, a título de empréstimo, das coleções de periódicos na posse da associação para digitalização e disponibilização pública.
Depois de analisados os 20 livros compilatórios, foram recenseados oito títulos de jornais – Defesa de Arouca (séries 1 e 2), Notícias de Arouca, A Gazeta, Gazeta de Arouca e Povo de Aveiro – agora transformados em 1,11 terabytes de informação digitalizada, entregues simbolicamente, em formato de disco rígido, pela presidente da Câmara Municipal, Margarida Belém, à Associação para a Defesa do Património Arouquense, durante o evento.
Um processo árduo e moroso que se ficou a dever ao estado de conservação dos documentos e, inclusive, ao método de compilação em volumes encadernados, que exigiu um “manuseamento cuidado, quase de pesquisa pormenorizada, para reagrupar páginas incompletas e inventariar todo os exemplares disponíveis”.
Os jornais “passaram por um processo de recenseamento e digitalização em scanner planetário com compensação de lombadas, seguindo-se depois a fase descrição até à disponibilização da base de dados”, como explicou Norvinda Leite, arquivista da Câmara Municipal.
“Foi com consciência da importância em transmitir este conhecimento, de preservar e valorizar todo este espólio e da sua relevância para memória futura, que lançamos mãos à obra”, adiantou, durante a cerimónia, Margarida Belém. Dois anos volvidos, a primeira fase do processo fica concluída com a abertura para consulta online do arquivo.
A autarca realça que estas peças são “relíquias da nossa história e da nossa memória, importantíssimas para a promoção e o conhecimento do nosso passado e do nosso património, tanto a nível social, educativo ou económico”.
O novo portal, financiado pela autarquia num investimento global a rondar os 9 mil euros, reúne, desta forma, 70 anos de história de jornais arouquenses, num período marcante para a sociedade portuguesa, que tem início nos derradeiros anos da monarquia, atravessando a 1.ª República, o golpe militar de maio de 1926 e a ascensão e queda do Estado Novo, encontrando-se virtualmente acessíveis perto de 11.400 páginas digitalizadas, dos 3.850 que compõe esta acervo de periódicos.
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