A Câmara de Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro, vai gerir em 2025 um orçamento de 42,5 milhões de euros (ME), marcado pelos investimentos relacionados com a recuperação dos incêndios ocorridos em setembro.
O Orçamento e as Grandes Opções do Plano (GOP) foram aprovados na reunião de Câmara com os votos da maioria CDS-PP e duas abstenções dos vereadores do PSD.
O orçamento para 2025 atinge o montante de 42.515.108 euros, o que representa um aumento de 6,4 ME face ao de 2024, sendo que 33,7 ME encontram-se inscritos nas GOP nas quais o município define as grandes prioridades para o próximo ano.
No enquadramento do documento, a que a Lusa teve hoje acesso, o presidente da Câmara, António Loureiro, refere que 2025 será “um ano exigente por todo o contexto associado à recuperação dos incêndios” ocorridos em setembro e que o autarca estima que demore mais de dois anos.
“Estes gravíssimos incêndios colocaram o concelho em situação de calamidade com danos e prejuízos de milhões de euros e configuram um desafio acrescido para 2025, considerando a já exigente gestão municipal”, refere o autarca.
António Loureiro defende que é preciso apoiar as pessoas afetadas de uma forma rápida e eficaz para um regresso à normalidade o mais rapidamente possível, realçando ainda que a execução de intervenções de estabilização e emergência pós incêndio será “um dos principais desafios nos próximos dois anos”.
Do lado da oposição, os vereadores social-democratas referem, na declaração de voto, que não sendo este o orçamento do PSD optaram pela abstenção, garantindo a manutenção de vigilância pela execução das grandes opções do plano.
Nas GOP destacam-se os investimentos na Educação (8,4 ME), estando previstos 3,8 ME para obras no parque escolar, e na Habitação e Serviços Coletivos (6 ME), com 3,2 ME destinados à construção de habitação e reabilitação de habitação social do município, no âmbito da Estratégia Local de Habitação.
A área da Higiene, Segurança e Ordem Pública tem uma dotação de 5,5 ME, onde se inclui a Proteção Civil e luta contra incêndios, com 430 mil euros, e intervenções relacionadas com os fogos, que vão custar mais de dois milhões de euros.
Relativamente ao pacote fiscal, a autarquia decidiu manter uma baixa carga fiscal sobre empresas e famílias, com o Imposto Municipal sobre Imóveis nos 0,3%, a Taxa de Derrama nos 1,2% para as empresas que apresentem um volume de negócios superior a 150 mil euros e 0,2% para as restantes, mantendo-se igualmente os 2,75% da participação no IRS.
Os documentos têm ainda de ser aprovados pela Assembleia Municipal, com reunião agendada para sexta-feira e onde o CDS-PP tem a maioria.
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