Coimbra

Acusado de violar regras que terão causado morte em obra em Tábua fica em silêncio no tribunal

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O empreiteiro acusado de violar as regras de segurança que terão causado a morte do seu tio numa obra em Tábua optou hoje por ficar em silêncio no arranque do julgamento em Coimbra.

O arguido é ainda acusado de falsas declarações e omissão de auxílio, alegadamente para encobrir o acidente que terá ocorrido numa empreitada de reconstrução de um muro de pedra no concelho de Tábua, em 29 de janeiro de 2020.

A vítima terá sofrido um embate do braço da retroescavadora operada pelo arguido, numa obra em que nenhum trabalhador, segundo o Ministério Público, usava colete, luvas ou capacete.

Na sequência do embate, a vítima terá sofrido uma fratura na cabeça, mas o seu sobrinho optou por não ligar ao 112 e transportou o seu tio numa carrinha até ao centro de saúde, onde acabou encaminhado de urgência para os Hospitais da Universidade de Coimbra e aí faleceu em 01 de fevereiro.

Segundo o Ministério Público, o arguido terá ainda partilhado informações falsas junto da GNR, alegando que encontrou o tio a caminhar junto à sua casa e que este lhe teria dito que tinha caído do alto de um muro.

No arranque do julgamento, um inspetor da PJ admitiu que só foi investigada a possibilidade de ter ocorrido um acidente nas obras após um telefonema anónimo e uma carta anónima que denunciaram o caso.

Uma mulher que trabalha no alojamento local onde estava situado o muro confirmou ao Tribunal de Coimbra que os trabalhadores não estavam devidamente equipados com coletes ou capacetes e colocou o arguido no local, aquando do acidente.

Já uma outra mulher, que vivia perto, disse que viu a vítima sentada de frente para o muro que estava em obras, referindo que outros trabalhadores lhe punham água na cabeça.

“Eu disse que ele parecia que estava mal, mas um senhor disse: ‘Isto não é nada, minha senhora’”, contou a testemunha, que teve alguma dificuldade em relatar tudo aquilo que se lembrava, depois de o incidente ter acontecido há mais de cinco anos.

Ainda durante a sessão da manhã de hoje, a mulher da vítima mortal confirmou que o seu marido trabalhava naquela obra com o sobrinho, já depois de estar reformado, recordando que algumas pessoas da aldeia onde as obras decorreram contaram-lhe dias depois que haveria uma outra versão da história.

Ao Tribunal de Coimbra, a viúva admitiu que nunca teve coragem de confrontar o sobrinho do seu marido.

Notícias do Centro | Lusa

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