Viseu

Autarca de Viseu diz que não há financiamento para centro de artes e espetáculos

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O presidente da Câmara Municipal de Viseu disse hoje que a obra do centro de artes e espetáculos (CAEVis) da cidade não avança por falta de financiamento, já que está orçado em quase 34,5 milhões de euros (ME).

“O orçamento do CAEVis foi sempre apontado para 15, 19, 20 ME, mas o que está no projeto é um orçamento de 34,488 ME, ou seja, é um valor muito acima. Não há financiamento, portanto, se não há financiamento, o projeto cai”, assumiu o presidente da Câmara, João Azevedo.

O autarca socialista falava hoje aos jornalistas no final da reunião pública do executivo municipal em que foi aprovado, com a abstenção do vereador da oposição Bernardo Pessanha (Chega), o pagamento da última ‘tranche’ do projeto, e uma alteração para aumentar os lugares no exterior do CAEVis mandado realizar sob a presidência de Fernando Ruas (PSD), num total que ronda os 800 mil euros.

Um procedimento administrativo normal, já que se tratou da “autorização do pagamento que, obviamente, tem de ser feito, porque a Câmara não vai ficar a dever ao projetista que já teve o trabalho” realizado.

Aos jornalistas, João Azevedo disse que foi “confrontado com um orçamento de 34,488 ME, mais os projetos”, um realizado há sensivelmente 15 anos, um segundo no anterior mandato (Fernando Ruas) e recentemente uma alteração a esse projeto, num “total de quase 2 ME”.

“A nossa preocupação é sempre a mesma: quem financia este projeto? Foi-nos sempre dito que havia uma fonte de financiamento, mas não há fonte nenhuma. O CAEVis não tem apoio financeiro nenhum”, assegurou.

Na reunião pública de hoje, o vereador da oposição João Paulo Gouveia (PSD) questionou o presidente se ia ou não avançar com a obra e se iria procurar financiamento.

“Se a obra tivesse financiamento de fundos comunitários eu ia a jogo, mas a obra não tem. Não tem financiamento no orçamento de Estado, nem em fundos comunitários. Não tem”, afirmou João Azevedo.

Aos jornalistas disse que o executivo “está sempre à procura de financiamentos”, mas reconheceu que, “a construção de uma infraestrutura desta natureza, hoje, não encaixa no orçamento de Estado, no PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], nem no ITI [Investimentos Territoriais Integrados], nem no PT2030, nada”.

Da sua promessa eleitoral consta a requalificação do pavilhão multiusos para o transformar em Viseu Arena, de forma que o espaço possa acolher espetáculos culturais e “para esse tipo de obra há financiamento no ITI”.

João Azevedo reconheceu que o executivo está “mesmo numa fase de análise” sobre o que fará no futuro em relação a um espaço para espetáculos culturais, uma vez que, reconheceu, “o pavilhão multiusos não tem uma boa acústica”.

“Eu percebi que há ali algumas lacunas, portanto, aquando da construção daquele pavilhão não se devia ter dito que era multiusos, porque se fosse teria outras condições para espetáculos de outra natureza”, sublinhou o presidente da Câmara (que, contou, esteve no espaço nos últimos dias, a assistir a um concerto de Natal).

Já o vereador do Chega, Bernardo Pessanha, disse que “não é a favor do cAVEIS, nem do Viseu Arena, a partir do pavilhão multiusos, porque Viseu precisa de Cultura com responsabilidade” financeira.

Notícias do Centro | Lusa

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