Coimbra

“La Durmiente”, de Maria Inês Gonçalves, conquista o Grande Prémio Caminhos

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“La Durmiente”, de Maria Inês Gonçalves, uma curta-metragem que explora a história da infanta medieval D. Beatriz de Portugal, conquistou o Grande Prémio Cidade de Coimbra, no festival Caminhos, foi hoje anunciado.

Trata-se de uma curta-metragem que explora a história da infanta medieval D. Beatriz de Portugal (1373-1420) através da fabulação e do imaginário infantil, refere uma nota de imprensa.

Tendo como cenário o Mosteiro de Sancti Spiritus em Toro, Espanha, onde se encontra o túmulo de D. Beatriz, um “grupo de sete crianças encena e interpreta fragmentos da vida desta personagem apagada pela história, mas preponderante na crise dinástica portuguesa de 1383”.

O festival Caminhos terminou hoje, em Coimbra, com 63 sessões e mais de 120 filmes em exibição, na 31.ª edição de um certame que trouxe uma “forte presença temática feminina”.

A realizadora Maria Inês Gonçalves espera que esta distinção “possa despertar curiosidade sobre esta personagem invisibilizada e sobre o modo como” se olha “para a História, celebrando aquilo que tantas vezes fica por contar”, refere citada numa nota de imprensa.

O júri – composto por Jorge António, Rita Barbosa e Tiago Bartolomeu Costa – destacou no filme a criação de “uma corte em miniatura que conspira e especula sobre a vida de uma pequena rainha”, descrevendo a obra como “um momento de verdadeiro deslumbramento cinematográfico”.

“O filme foi escrito em conjunto com as crianças. Elas ouviram a história e imaginaram o que Beatriz faria no último dia antes de ser expulsa para Castela. Fizemos exercícios como escrever o diário da Infanta. Há cenas inteiras criadas por elas”, sublinhou Maria Inês Gonçalves.

Nesta 31.ª edição dos Caminhos do Cinema Português, “Pai Nosso — os Últimos Dias de Salazar”, de José Filipe Costa, arrecadou as distinções de Melhor Ficção, Melhor Interpretação Principal (Catarina Avelar) e Melhor Caracterização (Maria Almeida).

“Entroncamento”, de Pedro Cabeleira, conquistou os prémios de Melhor Realização e Prémio Revelação. Também “Sol Menor”, de André Silva Santos, alcançou distinções em Melhor Som (Marcelo Tavares) e uma Menção Honrosa do Prémio Revelação (Tiago Schwäbl).

“Paraíso”, de Daniel Mota, venceu o Prémio de Melhor Documentário e o Prémio do Público – Filmin.

“Nesta 31.ª edição, os Caminhos mostraram que o cinema português quer ser visto por milhares de espetadores. É preciso continuar este trabalho, ir ao encontro das pessoas, dar-lhes uma programação cuidada e pensada, dar a ver novas expressões, temas e sobretudo perceber-se – pelo cinema – em que país é que vivemos e queremos viver”, afirmou Tiago Santos, citado num comunicado.

Para o diretor do festival, o “cinema português vive e cria a sua força a partir desta pluralidade de visões” a que se assistirem nesta seleção, “mas é preciso dar-lhe oportunidades para que possa ver visto”.

Tiago Santos sublinhou que, “em quatro cidades, os Caminhos projetaram dezenas de filmes que dificilmente terão estreia, é preciso continuar com este trabalho para que o país se conheça a si mesmo”.

A próxima edição realizar-se-á de 14 a 21 de novembro de 2026, com o objetivo de procurar “alargar a rede de parceiros, mas sobretudo as oportunidades de conhecer o cinema” português.

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