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Penamacor contra projeto da Central Solar Fotovoltaica Sophia

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O executivo da Câmara Municipal de Castelo Branco emitiu um parecer desfavorável sobre a instalação do projeto da Central Solar Fotovoltaica Sophia, tendo em conta o impacto ambiental no território.

“Entendeu o município emitir um parecer desfavorável em sede de consulta publica à instalação do projeto da Central Solar Fotovoltaica Sophia”, divulgou hoje a Câmara Municipal de Penamacor, no distrito de Castelo Branco.

O executivo municipal, liderado por o socialista José de Oliveira, esclareceu na nota de imprensa enviada à agência Lusa que a posição tomada “teve em conta inúmeras reuniões e diligências efetuadas, nomeadamente, com a empresa promotora” do projeto, assim como os presidentes das juntas de freguesia abrangidas pelo projeto.

Além dos autarcas de Penamacor, os encontros tiveram igualmente a representação de Câmaras de concelhos vizinhos, movimentos populares, organizações não governamentais (ONG), instituições públicas como a Direção-geral de Energia e Geologia e ainda da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Beira Baixa.

“O executivo municipal reafirma o seu compromisso com a transição energética, na aposta em energia verde e num futuro sustentável, desde que este seja realizado de forma equilibrada, respeitando o ordenamento do território, o ambiente, a biodiversidade e a qualidade de vida das populações locais e visitantes”, defendeu.

Um compromisso que referiu estar “plasmado na recente instalação da Central Solar Fotovoltaica do Cabeço Vermelho no território” do concelho, “na instalação em curso da hibridização da Central da Senhora da Póvoa e na existência de três outros projetos para a instalação de centrais desta tipologia” em Penamacor.

“Desta forma, o projeto do parque solar Sophia não pode ser analisado per si sem serem considerados os diversos impactos cumulativos de mais uma eventual instalação no território”, argumentou o executivo.

No seu entender, o projeto coloca, “igualmente, em causa parte da biodiversidade existente” num concelho com um “património ambiental e paisagem natural invejáveis e face à dimensão do projeto” solar Sophia.

“A instalação de uma central destas dimensões levará, inevitavelmente, a uma artificialização e degradação da paisagem, comprometendo a imagem de um território que tem o selo da Carta Europeia de Turismo Sustentável “Terras do Lince” e que abrange parte da Reserva Natural da Serra da Malcata”, defendeu a autarquia.

A paisagem e ambiente aliados à “importância do Turismo na dinâmica económica da região, entende-se que a instalação poderá apresentar-se como um fator inibitório para ações que se pudessem desenrolar na área de intervenção do parque”.

“Desta forma, reiteramos que, sem descurar a importância da transição energética, da energia verde e de um futuro sustentável, o município reafirma que esta deve ser realizada de forma equilibrada, reforçando o compromisso com o ordenamento do território, o ambiente, a biodiversidade e a qualidade de vida das populações locais e visitantes e entende defender, desta forma, a identidade do património paisagístico da região em que se insere”, reforçou o executivo.

Este projeto da Central Solar Fotovoltaica Sophia tem sido alvo de contestação por parte da população de Penamacor e concelhos vizinhos, assim como autarcas, e já levou o PAN a pedir a sua suspensão e o PS a questionar, esta semana, a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho.

Na pergunta dirigida à ministra, 11 deputados do grupo parlamentar do PS, onde se inclui o deputado eleito pelo Círculo de Castelo Branco, Nuno Fazenda, questionam se o Governo “tem conhecimento dos investimentos em causa e dos seus impactes” e se “efetuou alguma reunião com os autarcas e outras entidades representativas da região” e, em caso afirmativo, “quais e que conclusões obteve das mesmas”.

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