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Parlamento da Ucrânia aprova proibição de partidos políticos “pró-russos”

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epa09846713 A handout photo made available by the Ukrainian Presidential Press Service shows Ukrainian President Volodymyr Zelensky in Kyiv (Kiev), Ukraine, 24 March 2022, addressing the participants of the Group of Seven (G7) Leaders meeting in Brussels, Belgium. The day marks one month since the beginning of the full-scale invasion of Ukraine by Russian forces. EPA/UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE HANDOUT -- MANDATORY CREDIT: UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE -- HANDOUT EDITORIAL USE ONLY/NO SALES

O parlamento ucraniano aprovou hoje uma lei que regulamenta a proibição da atividade dos partidos políticos considerados “pró-russos”, uma medida em vigor desde 20 de março, após ter sido aprovada pelo Conselho Nacional de Segurança e Defesa.

Um total de 330 dos 450 deputados da Rada Suprema (nome do parlamento unicameral ucraniano) votaram a favor do projeto de lei, que ali tinha sido apresentado a 28 de março, segundo a agência Unian.

A lei permite proibir a atividade dos partidos políticos que neguem ou justifiquem a agressão russa à Ucrânia.

No dia 20 de março, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou que o Conselho Nacional de Segurança e Defesa tinha acordado suspender a atividade de 11 partidos de forma temporária, enquanto estivesse em vigor a lei marcial.

O Ministério da Justiça recebeu instruções para interromper de imediato as atividades de tais forças políticas, acusadas de manter “laços com a Rússia”, embora alguns tenham apelado para a sua dissolução em tribunal.

Uma das promotoras do projeto de lei, a deputada Olga Sovhyrya, explicou que o diploma prevê que assim que um tribunal tenha proibido a atividade de um partido, o grupo parlamentar correspondente seja dissolvido.

O líder da maior das formações suspensas, a Plataforma da Oposição – Pela Vida, Viktor Medvedchuk, foi detido a 12 de abril, após ser procurado durante várias semanas na sequência de fuga de prisão domiciliária, em que se encontrava desde janeiro.

Medvedchuk, empresário pró-russo e amigo do Presidente russo, Vladimir Putin, é acusado de alta traição, por revelar segredos de Estado e por ter negócios na península anexada da Crimeia.

A Plataforma da Oposição foi o segundo partido mais votado nas eleições parlamentares de 2019, nas quais obteve 44 deputados.

Entre as formações cuja atividade foi suspensa estão também partidos minoritários, como o Nashi (Nosso), dirigido pelo empresário das comunicações Yevheni Murayev, que também é acusado de laços com o Kremlin, ou a União de Forças de Esquerda e o Partido Socialista da Ucrânia, entre outros.

A Rússia iniciou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia – justificada por Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar o país vizinho para segurança da Rússia -, condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, e a guerra, que entrou hoje no 69.º dia, causou até agora a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, mais de 5,5 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que a classifica como a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A ONU confirmou hoje que 3.193 civis morreram e 3.353 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.

Notícias do Centro | Lusa

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