Os Municípios da Mealhada, de Mortágua e de Penacova e o Exército Português assinaram, esta manhã, um protocolo que visar dar corpo ao projeto Rota Mondego Bussaco – Itinerários Napoleónicos.
Este foi o culminar das cerimónias protocolares do Exército que, mais uma vez, evocaram, junto ao Obelisco, a Batalha do Bussaco, decisiva para travar as Invasões Napoleónicas.
As comemorações prosseguem, esta noite e domingo de manhã com duas recriações históricas da Batalha no Luso e junto ao Obelisco.
Alicerçado na ligação histórica da Batalha do Bussaco aos três municípios e ao Exército Português, o protocolo pressupõe a colaboração das quatro entidades para a revitalização de infraestruturas e locais de interesse relacionados com a temática da Batalha do Bussaco, com o objetivo de criar atratividade e valorizar o património histórico do território. Estão já identificados, nos três municípios, locais passiveis de requalificação. Na Mealhada, serão o Museu Militar do Bussaco e áreas adjacentes, a Capela Nossa Sra. da Vitória, o Obelisco e Mural, as Portas de Sula e o Convento de Santa Cruz. No Município Mortáguas, estão elencadas intervenções nos Moinhos da Moura, de Sula e Meligioso. Já em Penacova, prevêem-se obras no Posto de Comando de Wellington, no Museu do Moinho e em Santo António do Cântaro.
O protocolo tem, no entanto, uma abrangência lata, desde a promoção de conferências, colóquios, estudos a ações educativas ou à intervenção e revitalização do património existente
Paulo Maia Pereira, general vice-chefe do Estado Maior do Exército, saudou a cooperação dos três municípios, afirmando que está criado “um espaço de cooperação para valorização do património e da história”, para que se possa criar “algo apelativo que vá ajudar a afirmar a região”, requalificar o legado da história”, fazendo a ligação entre “património, história, cultura e turismo”.
O acordo com o Exército Português surge numa altura que foi retomado, recentemente, por iniciativa da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), o processo de classificação do Campo Militar do Bussaco, instrumento que permitirá proteger e valorizar o território onde foi travada a Batalha.
As cerimónias protocolares do Exército marcaram, uma vez mais, a manhã do 27 de setembro, com a missa campal e a homenagem aos militares falecidos há 215 anos, com o coronel comando Américo Henriques a recordar que se tratou de “uma das maiores batalhas da história”, quiçá “a que foi a mais importante para independência definitiva do país”.
Foi a 27 de setembro de 1810 que, pelas 7h30, com um denso e espesso nevoeiro, se deu a batalha. De um lado as tropas francesas, lideradas por Massena, a subirem a encosta da Serra do Bussaco. Do outro, as forças portuguesas, “um exército recém-criado de povo em armas” e inglesas, sob o comando do general Arthur Wellesley (Duque de Wellington), a defenderem o território e a impedirem a passagem do inimigo a todo o custo, naquele que era o segundo maior ataque das forças napoleónicas.
As comemorações prosseguem com a recriação noturna da Batalha, hoje, pelas 21h00, na Avenida Emídio Navarro, no Luso, seguida de concerto pela Orquestra Ligeira do Exército, na Alameda do Casino. Domingo de manhã, pelas 11h00, junto ao Obelisco, vai decorrer a Recriação do Assalto à Coluna do Marechal Ney, ambas com a presença de centenas de pessoas oriundas de vários grupos de recriadores.
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